Com os casos confirmados do coronavírus ainda crescentes no Brasil, o setor da educação foi um dos mais afetados. Escolas e faculdades de todo o país precisaram se adaptar para o ensino remoto. No entanto, a incerteza de como e quando se dará o desfecho dessa pandemia coloca em questionamento a modalidade presencial e a necessidade de repensar os padrões de educação.
Para Richard Vasconcelos, CEO da LEO Learning Brasil, é importante conhecer os novos desafios e por isso lista as principais preocupações das instituições.
Financeiro
Enquanto os cursos EAD conseguem manter uma mensalidade mais baixa, devido à ausência de custos fixos relacionados à estrutura, os negócios presenciais enfrentam um grande dilema. “Sem a possibilidade de oferecer a relação olho no olho com o professor e os colegas, a saída para evitar a transferência para um curso originalmente on-line ou até mesmo o interrompimento temporário da matrícula vai muito além de digitalizar e investir em recursos tecnológicos. Agora é hora de inovar para conseguir agregar valor ao conteúdo”, ressalta Vasconcelos.
Ensino e mercado de trabalho
De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia em Los Angeles com 800 mil calouros, 88% deles estavam na faculdade para conseguir um emprego melhor. “Isso indica ser o momento das instituições desenvolverem cursos capazes de entregar desenvolvimento profissional somado à empregabilidade, ou seja, ir além do conceito de apenas receber um diploma”, pontua o especialista.
Ensino a distância
Muitas instituições já estão se adaptando aos avanços do ensino a distância e por isso, oferecem grades curriculares dinamizadas com o ambiente virtual. Porém, para Vasconcelos: “é preciso assumir um olhar diferente para o novo ensinar. Muitas vezes o aluno assiste a uma aula feita em estúdio, com duração entre duas e três horas, e depois responde a uma pergunta no fórum só para dizer ter tido uma aprendizagem colaborativa. Esse EAD como vemos hoje ainda é muito passivo. O ideal é desenvolver tarefas estimulantes do senso crítico, pois o maior desafio é gerar raciocínio.”
Soft Skills
É hora de pensar não só na utilização de ferramentas de aproximação e colaboração entre educandos e mestres, mas também incluir na grade curricular o desenvolvimento de soft skills. O gestor cita como principais habilidades a criatividade e a inteligência emocional. “Além de trazer conteúdos demandados pelo mercado, é importante estimular seminários voltados para o desenvolvimento de carreira, lives com profissionais de peso mostrando o seu conhecimento prático, conexão com empresas para a oferta de estágios e orientações sobre técnicas de entrevista e busca de oportunidades”, sugere.
Formação
Formar professores oriundos de outra geração para atuação no contexto atual também é um revés. Para Mariane Regina Kraviski, mestre em Educação e Novas Tecnologias do Centro Universitário Internacional Uninter: “talvez os professores não tenham tido a oportunidade de realizar uma graduação específica para atuar no EAD. Quando são convidados para ministrar disciplinas on-line, apresentam uma certa resistência com a atuação nessa modalidade e com a utilização das tecnologias educacionais.” Para ela, o caminho é estimular uma formação inicial dos docentes para o contato com a educação a distância.
As transformações são muitas, por isso, é preciso estar atento e informado sobre as novas tendências do mercado. Acompanhe as matérias e conteúdos do Nube!