O papel da tecnologia passou a ser ainda mais discutido em meio ao atual cenário. Com o distanciamento social, para conter o avanço da Covid-19, as pessoas passaram a depender do uso de procedimentos virtuais para trabalhar, estudar e se comunicar com os demais. De acordo com pesquisa realizada pela Hibou, empresa de monitoramento de mercado, 41,6% da população já usa, por exemplo, aplicativos para chamadas de videoconferência e outras ferramentas de geração de conteúdo on-line.
Diogo Cuoco, CEO da Taki Pagamentos, afirma: “o surgimento do coronavírus mundo afora já está mudando os nossos negócios e a sociedade de maneira significativa. Áreas como compras digitais, educação a distância e investimentos em saúde pública serão impulsionadas. As empresas também podem configurar suas cadeias de suprimentos e afastar a dependência de algumas mega fábricas localizadas no mesmo lugar ou região.”
O especialista ressalta, as crises não são inéditas na história humana, porém cada uma provoca uma alteração diferente: “tempos de recessão ou volatilidade são um pêndulo entre o surgimento e o crescimento de novos negócios e a falência de um número expressivo até mesmo de setores inteiros. A pandemia acelerou, e muito, a explosão informacional e o movimento da hiperconectividade e hiperdigitalização.”
Na opinião do especialista a sigla Vuca (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo) é capaz de definir o atual cenário, não só do mercado de trabalho, mas de toda a formulação da sociedade. “Para nos mantermos atualizados e por consequência os nossos negócios vivos, a mudança deve começar por nós mesmos, entendendo o conceito de lifelong learning, ou seja, a aprendizagem constante e contínua ao longo da vida. Devemos estar em ininterrupto desenvolvimento, assim como as empresas”, destaca Cuoco.
Consumidor 5.0
A forma de consumir não é mais a mesma, em um clique os clientes podem adquirir um produto, serviço ou criarem percepções das marcas. Se antes a comunicação era rígida e padronizada, com os avanços tecnológicos se faz necessário repensar e flexibilizar a interação com o público.
“Vivemos uma nova economia e as corporações precisam se adaptar a esta realidade para sobreviver. O planejamento estratégico passa a ter dinâmica completamente diferente, pois estamos chegando ao fim de uma era. Muitas empresas ainda não realizaram as transformações e as novas práticas necessárias para a ampla adoção da Inteligência Artificial, por exemplo”, aconselha o CEO.
Para se adaptar ao novo cenário, Cuoco orienta: “as companhias precisam romper barreiras culturais, organizacionais e encontrar um novo modelo de liderança e inovação. Se você é empreendedor e quer fazer a diferença daqui para frente, pense fora da caixa.”
Além disso, o especialista ressalta, apesar das constantes modificações, algumas práticas tradicionais ainda são essenciais, como a busca por conhecimento: “se especialize em determinados nichos capazes de permitir conhecer os hábitos dos seus consumidores. Estude e esteja preparado para modificar a sua empresa com o passar do tempo.”
Um case bem-sucedido da adoção de novas posturas diante dos avanços tecnológicos, ocorreu com o projeto “ClassApp Portas Abertas.” Consiste em um aplicativo criado em 2014 com o objetivo de conectar escolas com pais e alunos de forma inteligente e eficiente. Com a suspensão das aulas em todo o Brasil, a empresa enxergou o potencial de agregar novos públicos. Por isso, promoveu acesso à plataforma de maneira interativa e gratuita por dois meses. “Nesse momento delicado, ter uma comunicação eficiente deixou de ser uma opção e se tornou algo obrigatório para a sobrevivência das instituições de ensino”, explica Vahid Sherafat, CEO do ClassApp.
Os gestores perceberam a necessidade de repensar uma atividade rotineira, conferir a agenda dos alunos e criaram uma tecnologia capaz de modernizar esse processo. Diante da crise, a corporação se destaca e comprova como novas ideias podem ter seu espaço no mercado de trabalho. “Nós disponibilizamos a versão gratuita do app há alguns dias e já estamos com cem novas instituições em processo de instalação do sistema. As escolas e as faculdades entendem a importância dessa estratégia de continuidade do processo de aprendizagem dos alunos de forma remota”, destaca Sherafat.
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