De acordo com pesquisa realizada pela SAP Consultoria, o home office já foi adotado por 45% das companhias brasileiras. No entanto, o cenário inédito pode criar novos desafios. Dentre eles, como exercer o papel de liderança da melhor forma e orientar funcionários mesmo a distância. Para isso, é preciso assumir algumas posturas.
A posição de gestor requer qualidades técnicas atreladas a capacidades de liderança. André Costa, diretor financeiro e de RH da Farmarcas, ressalta uma das principais habilidades necessárias para o cargo, delegar atividades. “É uma tarefa de muita dedicação, independentemente do tamanho do negócio, por isso é necessário constantes treinamentos e capacitações com pontos comportamentais”, avalia.
Costa ressalta a dificuldade das empresas de pequeno porte em diferenciar funções e construir um nível hierárquico consciente. “Normalmente, o proprietário ou gestor é responsável pelos atendimentos, administração, é quem negocia, recebe os pedidos, faz o planejamento e executa o financeiro.” No entanto, em meio a cenários de instabilidade, o excesso de atribuições pode ser prejudicial para a saúde do orientador e até mesmo para a dinâmica da instituição.
Para auxiliar no processo de conceder incumbências entre os colaboradores, veja algumas dicas:
Senso de necessidade
O primeiro passo é sempre analisar e perceber quais são os ofícios capazes de serem realizados por outros. “Planejar as ações e colocar um responsável por projeto e/ou atividade é essencial para o sucesso do negócio. O gestor deve desenvolver o espírito empreendedor e incentivar isso nos colaboradores para qualificar a administração”, afirma o especialista.
Trabalho em equipe
“O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipe ganha campeonatos”, o aforismo atribuído ao jogador Michael Jordan resume a importância de estimular um time unido e focado nos mesmos objetivos. “Não existe líder sem grandes profissionais, assim, um dos aspectos fundamentais para o sucesso de uma empresa é a capacidade de montar um grupo eficiente. Para evitar a sobrecarga de trabalho, é preciso entender a importância de organizar tarefas de acordo com as qualificações de cada um”, orienta Costa.
Autoconhecimento
Outra necessidade é entender quais são seus limites. “Você deve conhecer a si mesmo e a seus colaboradores. Essa capacidade de entender as habilidades contribui não apenas para aliviar o trabalho, mas, principalmente, para garantir melhores resultados”, ressalta o diretor.
Comunicação é tudo
Comunicar é a essência da habilidade de delegar funções. Saber como conversar de forma firme, respeitosa e compreensiva é um diferencial. “Verifique se a pessoa, a qual recebeu a ordem a entendeu corretamente. Principalmente, quando o assunto inclui a entrega de trabalhos dentro de prazos determinados. Muitas vezes, a mensagem emitida não ficou totalmente clara. Então, fica mais difícil cobrar entregas”, aconselha Costa.
Carol Manciola, CEO da Posiciona, ensina a técnica do Spin Selling (rotação de venda), metodologia criada na década de 80 por Neil Rackham. Seu objetivo é melhorar o diálogo focado em vendas, mas pode ser aplicada em outros setores. Basicamente, consiste em uma metodologia pautada em perguntar questões relacionadas a solução, ao problema; a implicação e a necessidade.
“O líder precisa conversar, diminuir o seu nível de inferência. Nessa fase, não podemos ter os ‘quês’ sem os ‘porquês’. Pergunte aos liderados quais sugestões gostariam de propor para as situação. Cada cabeça é um mundo e toda realidade é única. Ampliar o diálogo é aumentar a sua consciência e dos demais”, orienta Carol.
Além disso, durante épocas instáveis, nem sempre as atitudes tomadas pelos chefes serão bem vistas, para isso, a especialista sugere: “o equilíbrio em tomar decisões impopulares, mas ao mesmo tempo fazer isso com base em tudo aquilo já discutido, dá legitimidade. E isso é algo imprescindível na liderança para esse momento.”
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