A pandemia do coronavírus alterou a rotina de muitas pessoas. Por orientações de saúde, é recomendado o isolamento social. Dessa forma, evita-se a propagação da doença. A mudança pode ser angustiante para alguns: deixar de ir ao serviço ou à faculdade e ficar dentro de casa, muitas vezes sem a companhia de outros, pode ser um desafio. Veja como lidar com essa situação!
Roberto Aylmer, diretor da Aylmer Desenvolvimento Humano, afirma: “no cenário de incertezas no qual estamos vivendo, o pior inimigo não é o distanciamento, mas o medo do futuro. Por isso, é importante manter a lucidez e, quem sabe, após todo esse tsunami social, possamos sair mais fortes.”
Pensando em formas de te auxiliar a lidar melhor com essa nova realidade, confira algumas dicas do especialista:
Seja solidário
Afastamento social não é sinônimo de insensibilidade, ainda é preciso se atentar e olhar para o próximo. Ficar em sua residência, por exemplo, pode ser um grande ato de empatia. “Uma forma de sair do redemoinho emocional é ser apoio para quem precisa. Coloque seus contatos em um cartaz e pendure no elevador do seu prédio ou divulgue em seu bairro se oferecendo para ir ao mercado ou farmácia no lugar de idosos. Peça para seus empregados diaristas para não irem trabalhar para se protegerem. Ser generoso pode te curar do medo”, aconselha Aylmer.
Diminua estímulos externos
De acordo com pesquisa realizada pelo Indicador de Confiança Digital (ICD) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), para 41% dos jovens brasileiros as redes sociais causam sintomas como tristeza ou depressão. O professor orienta: “não leia tudo, todos os grupos de WhatsApp, os posts e jornais... isso inunda sua mente de um único assunto. Evite notícias com viés dramáticos e sensacionalistas. Procure fontes oficiais e não repasse indicações, mensagens de alertas ou truques caseiros para vencer o vírus.”
Uranio Bonoldi, professor da Fundação Dom Cabral afirma como é essencial a autogestão. Assim, saberá lidar melhor com o estresse, controle de impulsos e a definição de metas. "O valor da produtividade é inestimável, quem sabe administrar bem o seu tempo consegue se livrar da procrastinação.”
Cuide da saúde
Crises de saúde pública levantam um alerta para os hábitos e funções do cotidiano. Você praticava exercícios físicos ou buscava alternativas para cuidar da saúde mental? Se sua resposta for não, talvez esse seja o momento perfeito para repensar sua rotina.
Aylmer sugere algumas práticas: “o sol é fundamental para nosso corpo. Mesmo com a restrição de ir à praia, tente pegar um sol na sua janela ou quando sair para algo na rua. Busque fazer exercícios e reduza carboidratos - primeira escolha em tempo de ansiedade -, mantenha rotinas e cronogramas para o seu trabalho, não coma vendo o celular ou a TV e seja grato por ter abrigo.”
Ocupe a mente
Permanecer em seu domicílio pode parecer monótono, mas você ficaria surpreso com tantas possibilidades para fazer. Preencher a mente com novas atividades é importante durante esse processo. “Faça aquela arrumação geral, estude coisas novas, escreva mensagens positivas, telefone para alguém e fale palavras boas. Tudo isso dá uma percepção de estar com a vida funcionando normalmente”, cita o diretor.
Acredite
Uma das frases mais emblemáticas da filosofia e da cultura grega é “conhece-te a si mesmo.” Desde a antiguidade, o aforismo é interpretado como uma das principais virtudes humanas.
Bonoldi denomina essa habilidade como autoconsciência: “saber quais são seus limites, entender suas buscas e como pode trabalhar seus sonhos, esperanças e frustrações é fundamental. Essa conscientização será responsável por construir indivíduos independentes emocionalmente.”
Crises podem ser desafiadoras, mas também são chances de questionamentos e reflexões. O autocuidado é um caminho positivo para ressignificar suas ações e ideais. “A economia está abalada, nossas finanças também. Nosso trabalho é incerto, mas nossa vida é o bem maior. A questão não é o amanhã, mas quem nos tornaremos após essa grande turbulência: pessoas mais centradas na própria sobrevivência ou indivíduos mais solidários e simples, podendo viver com menos peso e mais generosidade”, ressalta Aylmer.
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