Se você ficou interessado no tema, provavelmente, foi atraído por duas questões: a primeira pode ser porque não assistiu o filme e ficou curioso para saber sobre "Bird Box". A segunda opção deve ter relação com o fato de você não conseguir associar a narrativa com gestão de pessoas. Leia nossa matéria e entenda melhor! Ah, fique tranquilo, pois não há spoilers!
O longa-metragem foi baseado no livro com o mesmo nome e de autoria do autor Josh Malerman – publicado no Brasil com o título de “Caixa de Pássaros”. O conto acompanha a história de Malorie (Sandra Bullock) onde, em sua primeira cena, já a mostra trabalhando em seu ateliê, pintando uma tela. Além do quadro em execução, existem vários outros com o mesmo padrão: um fundo escuro e pessoas sozinhas. Além disso, a protagonista tem dificuldades para se conectar com os demais e acaba de descobrir sua gravidez.
Para Isabel Holanda, gerente de capacitação de clientes da Fortes Tecnologia, também com unidade em Salvador, diante desse contexto, é possível associar algumas lições para a liderança.
Conexão sócio relacional: na obra o extinto de sobrevivência fala mais alto e aumenta ainda mais o isolamento de cada sobrevivente. Os psicanalistas definiriam uma série de mensagens subliminares no filme. Uma delas, a de depressão em massa - doença tem assolado os dias atuais e devastado uma quantidade significativa da população. Além disso, o contexto de reclusão é visto atualmente em diversos segmentos empresariais. O "não vou mais falar ou comentar sobre", ou "minha opinião não é ouvida. Melhor ficar quieto" são sinais de solidão corporativa.
Excesso do meio on-line: embora sejamos todos altamente conectados com as tecnologias, temos perdido parte da capacidade de socialização. A película nos apresenta o retraimento dos indivíduos e percebemos seguir o mesmo caminho da individualidade relacional. Ou seja, há pouca conversação real, diálogos olhos no olhos e contato com a vida off-line. “Se temos gerações inábeis ou com dificuldades relacionais, a gestão precisa de mais tempo e dedicação por parte dos RH´s e dos líderes para vincular colaboradores aos propósitos da companhia”, explica Isabel. É sempre importante lembrar: trabalhamos com seres humanos, eles têm sentimentos e não são máquinas!
As doenças: hoje, vivemos a realidade “fast consumer”. Tudo está ao alcance das mãos e de forma muito rápida. Somos bombardeados por várias notícias, das curiosas às mais aterrorizantes, e não temos paciência para esperar ou ficar para trás em relação ao conhecimento. Isso tudo tem gerado nos funcionários vários tipos de transtornos psíquicos (depressão, bipolaridade, pânico, Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC, psicoses, Transtorno de Ansiedade Generalizada -TAG e o excesso de consumismo). Portanto, é muito importante entender sua equipe, suas dores, ambições e expectativas. A empatia nunca foi um assunto tão tratado e disseminado quanto nos últimos anos.
Escolhas difíceis: lidar com o efeito da decisão, em muitos casos, pode nos consumir e, caso não façamos de maneira estruturada, não saberemos como trabalhar de um jeito produtivo e estratégico.
Susanne Anjos Andrade é sócia-diretora da A&B Consultoria e Desenvolvimento Humano. Para ela, é fundamental focar na qualidade de vida do trabalhador como um todo. “Quem tem a humanização e o bem-estar dos liderados como prioridade conseguirá manter os bons profissionais em seu quadro por meses, ou até mesmo anos”, finaliza.
Portanto, avalie o seu perfil de comandar o time e veja se está promovendo a motivação e o desenvolvimento de cada um.
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