O racismo é um dos tópicos mais discutidos na atualidade, principalmente, por questões envolvendo a exclusão social e conflitos étnicos ao redor do mundo. Contudo, o tema está sendo debatido de forma correta ou essa abordagem já não é mais necessária? Para entender a visão dos jovens sobre o assunto, o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios realizou uma pesquisa com o seguinte enfoque: “Qual sua opinião sobre a discussão entre raças na sociedade?”. O resultado apontou uma postura consciente e preocupada por parte dos respondentes, com faixa etária entre 15 e 26 anos.
O estudo foi realizado em todo o Brasil, entre 3 e 14 de abril de 2017 e contou com a participação de 19.990 pessoas. Dentre as respostas, uma se manteve no topo desde o início e finalizou com 52,91% ou 10.576 votos. Assim, para a grande maioria, o debate é “importante, pois há muito preconceito velado”. Segundo Eva Buscoff, gerente de treinamento do Nube, apesar de todo um movimento contrário à intolerância, ela ainda é muito presente. “A premissa de sermos todos iguais é uma idealização, infelizmente, ainda pouco praticada”, avalia. Por isso, é de extrema importância o combate a todo tipo de prejulgamento. “Há avanços, mas o caminho é árduo e longo para a igualdade se estabelecer em oportunidades para todos”, explica.
Diante de uma questão tão complexa, 15,72% (3.143) apontaram ser “um grande desafio, pois sempre existirão problemas e decisões difíceis sobre isso”. Se fizermos uma relação com a história do Brasil, é possível ver nosso nascimento de um encontro de raças. “Nossas raízes são oriundas da mestiçagem. Então, qual o real sentido de segregar, no país da diversidade?”, questiona a especialista. Para ela, o melhor é estabelecer uma relação de igualdade com o outro e dialogar. “Não há certo ou errado, mas sim a possibilidade de se falar sobre algo incômodo. Todos nós precisamos exercitar esse direito e praticar esse dever o tempo todo”, enfatiza.
Contudo, para 24,31% (4.859), a conversa é “desnecessária, pois somos todos iguais”. Para quem tem esse pensamento, é preciso deixar clara a necessidade de trazer em voga o problema, afinal a aplicação de direitos igualitários não ocorre na proporção desejada. “Não temos de nos apoiar em leis para a justiça prevalecer. O percurso ideal é a discussão começar em sala de aula, para formarmos adultos conscientes e disseminadores da semelhança na sociedade”, enaltece.
Por fim, 7,06% (1.412) desabafaram já estar saturados e disseram: “está se tornando um exagero e pode trazer consequências negativas no futuro”. Por isso, a devida tratativa deve ser séria e coerente. “Não há excessos, mas sim estatísticas e fatos. Segundo dados do IBGE (2014), os negros (pretos e pardos) representam 53,6 % da população, mas somente 17% dos mais ricos”, comenta.
Portanto, o racismo, como previsto na lei 7716/89, é crime e ninguém deve distorcer a questão e culpar a vítima. “Temos de ficar alertas, não podemos alimentar a intolerância, negando a existência do preconceito!”, instrui Eva. Na dúvida, o respeito deve sempre prevalecer. “Ele é fundamental e significa a base para todas as relações”, finaliza a gerente.
E você, votaria em qual alternativa?
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