No mercado de trabalho a concorrência cresce a cada dia e as exigências se tornam maiores. Os candidatos, preocupados com sua performance, apostam em cursos técnicos, idiomas e eventos extracurriculares para se destacar. Contudo, uma grande parcela se esquece do mais importante: o português.
Uma pesquisa realizada pelo Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios, entre janeiro e dezembro de 2014, analisou a performance de 8.591 jovens em busca de um estágio. Desses, 3.843, ou seja, 44,7% foram eliminados logo de cara, por erros referentes a nossa própria língua. “Quando um candidato é convocado para um processo seletivo, o primeiro teste aplicado é justamente o ortográfico. Geralmente, um ditado de 30 palavras de uso cotidiano faz a pré-seleção de quem irá para as próximas fases. Contudo, como foi percebido, muitos nem passam dessa etapa”, afirma Yolanda Brandão, coordenadora de treinamento do Nube.
Com maior índice de reprovação estão os estudantes das áreas de Artes e Design, totalizando 68,1% dos desaprovados, seguidos de Comunicação (49,4%), Administração e Negócios (42,6%) e Ciências Exatas e Informática (38%). Ao todo, 44,6% dos alunos do nível superior não obtém êxito nos testes de português, seguidos de 39,2% do superior tecnólogo. O problema já começa no ensino médio e técnico, nos quais, 52,4% e 35,9% são desclassificados pelo próprio idioma, respectivamente.
Os alunos de escola privada se saem um pouco melhor e 40,6% não passam. Já das instituições de ensino pública, esse índice chega a 45,8%. Separando por sexo, os homens se saem pior (48%), se comparados às mulheres (41,9% são eliminadas).
Na contramão, os estudantes mais bem preparados foram de: Meio ambiente e Ciências agrárias (81%), Ciências humanas e Sociais (80,2%) e Engenahrias (69,5%).
"A escrita tipicamente sintetizada e informal da Internet contribui efetivamente para o jovem se perder na correta escrita e fala", observa Yolanda. Fora isso, o fato de muitos substituírem os cadernos pelos teclados, faz a grande parte dos selecionadores nem ao menos entenderem sua caligrafia. Porém, não é difícil andar nos trilhos rumo à conquista da vaga ideal. "Com uma pequena dose de leitura diária, cursos rápidos e muitas vezes gratuitos de atualização do Português, o estudante se mantém apto a falar em público e expressar bem suas ideias", garante a coordenadora.
E aí, como anda o seu português. Fique de olho para não perder boas oportunidades!
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