O novo acordo ortográfico já faz parte do nosso cotidiano, mas ainda está gerando muita discussão. Houve até uma audiência pública, realizada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), na semana passada, para criticar as novas regras. O Congresso Nacional poderá, inclusive, autorizar o governo brasileiro a fazer uma pequena revisão nas mudanças.
De qualquer maneira, o ideal é ficar por dentro das alterações para estar preparado para o mercado de trabalho. De acordo com Evelyn Lemos, gerente de Recrutamento e Seleção do Nube, um dos pontos mais valorizados pelas empresas em um processo seletivo é a boa escrita, o domínio do português e a boa comunicação.
Com o objetivo de unificar o idioma e disseminar a língua portuguesa, as novas regras mudam o uso do hífen, a acentuação em algumas palavras e extinguem o trema. Palavras como lingüiça, vôo, idéia e contra-regra, terão sua ortografia alterada para: linguiça, voo, ideia e contrarregra. Além dessas, o idioma sofrerá inúmeras mudanças.
Apesar das discussões, a unificação da língua ajudará na edição de livros, redação de documentos com veiculação internacional e tudo o mais relacionado à escrita do idioma. Em contrapartida, todo o material publicado atualmente será inutilizado. O português é falado oficialmente em oito países Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Confira abaixo as principais mudanças na nossa língua.
HÍFEN - Não se usará mais:
1. quando o segundo elemento começar com s ou r, devendo estas consoantes serem duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra", "infrassom". Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminarem em r - ou seja, "hiper-", "inter-" e "super-" - como em "hiper-requintado", "inter-resistente" e "super-revista".
2. quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar com uma vogal diferente. Exemplos: "extraescolar", "aeroespacial" e "autoestrada".
TREMA - Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados.
ACENTO DIFERENCIAL - Não se usará mais para diferenciar:
1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição).
2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o artigo).
3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo").
4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da preposição com o artigo).
5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera" (preposição arcaica).
ALFABETO - Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y".
ACENTO CIRCUNFLEXO - Não se usará mais:
1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta será "creem", "deem", "leem" e "veem".
2. em palavras terminadas em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" que se tornam "enjoo" e "voo".
ACENTO AGUDO - Não se usará mais:
1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia".
2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca".
3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe, averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem.
GRAFIA - No português lusitano:
1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" - que se tornam "ação", "ato", "adoção" e "ótimo".
2. será eliminado o "h" de palavras como "herva" e "húmido", que serão grafadas como no Brasil - "erva" e "úmido".
Agora é com você. Estude bastante e saia na frente em busca de um lugar no mercado. Boa sorte!