Seja um voluntário! 

Desenvolver atividades voluntárias ajuda no aperfeiçoamento pessoal e profissional

De acordo com pesquisa do ISER - Instituto de Estudos da Religião-divulgada no livro "Doações e trabalho voluntário no Brasil" de autoria de Leilah Landin e Maria Celi Scalon, cerca de 20 milhões de brasileiros dedicam 6 horas mensais, em média, ao trabalho voluntário, sendo que 57% atuam em instituições religiosas, 17% em instituições de assistência social, 14% na saúde e educação e 8% em instituições de defesa de direitos e ações comunitárias.
A APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, conta atualmente com um corpo de 227 voluntários. Maria Lídia Clemente, presidente do Corpo de Voluntários de São Paulo, diz que o trabalho voluntário tem uma importância muito grande, pois pode ser desenvolvido em qualquer divisão da instituição. ”Através de palestras, cursos e entrevistas com diretores e coordenadores descobrimos qual o perfil e as habilidades dos voluntários para podermos descobrir em qual área ele desenvolve melhor o trabalho”.
O Centro de Voluntariado de São Paulo (CVSP) é referência nacional sobre o tema, comprometido com a orientação e capacitação de pessoas físicas, organizações sociais e empresas. Segundo Marlene Carvalho, superintendente do Centro, hoje mais do que nunca, as pessoas sentem a necessidade de se tornarem agentes transformadores da realidade em que vivem. “Desde sua fundação, o CVSP desenvolve um intenso trabalho para incentivar e consolidar a cultura do voluntariado empreendedor. Já orientamos mais de 50.000 pessoas, 400 empresas e cadastramos mais de 1.000 organizações sociais”.
Um exemplo é a Operação Arco Íris, organização não governamental de trabalho voluntário em hospitais. É integrada em sua maioria por profissionais liberais, que realizam visitas semanais a crianças e adolescentes em tratamento hospitalar. O trabalho desenvolvido baseia-se no clown (palhaço em inglês), que tem como princípio a improvisação, mas utiliza outras técnicas como mímica, mágica, adivinhações, cantar músicas e contar histórias. “Crianças hospitalizadas vivem um momento completamente deslocado, onde se cria um hiato que faz com que suas vidas neste espaço de tempo permaneçam em suspenso”, diz Cláudia Rubinsteinn, presidente da organização.

“Meus pais sempre ajudaram o próximo e incentivaram eu e meu irmão a termos a mesma postura que eles. Quando estava na 4ª série uma professora montou um grupo de Educação Ambiental então comecei a trabalhar como voluntário conscientizando a vizinhança e as pessoas do colégio”.
O trabalho voluntário ajudou Lorenço a desenvolver habilidades que hoje são usadas para o seu crescimento profissional. “Aprendi muito sobre a vida, a respeitar o próximo e a não ser preconceituoso e acho muito importante para um profissional esta lição, hoje as pessoas são muito frias e materialistas”, conclui.
Luciana Bueno, assessora de relações sociais da Ripasa - empresa voltada à produção de celulose e papéis - diz que o trabalho voluntário é um diferencial, pois alavanca novas competências e sedimenta valores. Coordenadora do Ripasa Cidadã, Luciana acredita que o trabalho voluntário desenvolve competências nos profissionais, bem como amplia o conceito de participação social, ética e cidadania. “Esse trabalho não pode ser imposto aos funcionários, deve depender exclusivamente da vontade, impulso solidário e da consciência social de cada um. O papel das empresas está na sensibilização, na ação de disponibilizar oportunidades de trabalho voluntário e possibilitar a formação de uma rede social dentro da empresa”, conclui Luciana.
Para quem está interessado em desenvolver esse tipo de trabalho, existem diversos sites que trazem informações para os futuros voluntários. O site do CVSP dispõe de dicas, depoimentos e informações de locais onde o voluntariado pode ser exercido. Faça diferença, seja um voluntário!